O transporte é muito importante para o desenvolvimento de um país, pois torna possível a movimentação de recursos e produtos que são base das mais diversas atividades socioeconômicas. Segundo a pesquisa CNT de Rodovias 2018, mais de 60% do transporte de cargas e 90% dos deslocamentos de passageiros no Brasil são feitos por rodovias, o que faz o país ser dependente do modal de transporte rodoviário. Paralelo a esse número, o país ocupa a quinta colocação no ranking de países com maior número de mortes nas estradas. Entre os anos 2007 e 2017 foram 83.498 óbitos em acidentes nas rodovias brasileiras.
A maioria dos acidentes em rodovias tem com causa principal a falha humana, ou seja, poderiam ser evitados de alguma forma. Além das perdas irreparáveis de vidas humanas e as sequelas deixadas, um levantamento do IPEA, Denatran, Ministério da Saúde e DPVAT estima que os custos globais em acidentes custem cerca de 60 bilhões de reais por ano, valor que representa 1% do Produto Interno Bruto.
Medidas como a obrigatoriedade da certificação do cronotacógrafo contribuem diretamente para diminuição de incidentes nas estradas.
O que é o cronotacógrafo?
Mais conhecido como tacógrafo, o equipamento é utilizado para registrar de forma ininterrupta a velocidade desenvolvida pelo veículo, o tempo em direção, a distância percorrida e as paradas realizadas. Instrumento obrigatório em veículos de cargas com mais de 4.536kg, veículos de transportes de pessoas e veículos que realizam o transporte de produtos perigosos, o item desempenha um papel fundamental na diminuição de práticas arriscada ao volante, indicando em discos ou fitas diagramas a jornada desempenhada pelo motorista.
Tacógrafo Mecânico
Possui um conjunto de sondas ou três agulhas metálicas e, através da pressão, registra-se sobre o disco diagrama a leitura da velocidade e distância percorrida, onde também é indicado o tempo em direção e o tempo parado. Além das marcações no disco, o equipamento emite um sinal luminoso para advertir o motorista quando esse atinge o limite de velocidade.
O tacógrafo mecânico não é mais fabricado para venda, apenas as peças para manutenção são fabricadas.
Tacógrafo Eletrônico
Modelo mais usado entre os motoristas, o tacógrafo eletrônico conta com sensor de velocidade na saída da caixa de câmbio, que tem como função converter a rotação mecânica em pulsos eletrônicos e devolver para o equipamento em forma de frequência. Através dos motores de passo contidos no equipamento, a frequência transmitida é transformada em movimento.
Tacógrafo Digital
O modelo digital não utiliza disco diagrama. As informações obtidas ficam armazenadas na memória e podem ser transferidas para outros formatos de mídia eletrônica. Sendo assim, o tacógrafo digital necessita um cartão inteligente, de caráter pessoal, e que possua a identificação do condutor e os dados relativos à sua atividade.
Um grande benefício desse equipamento é a diminuição de gastos com a área administrativa, uma vez que não necessita de espaço físico para armazenamento dos registros, além dos tacógrafos não necessitarem de trocas diárias ou semanais de discos diagramas.
Verificação Metrológica
Visando segurança e precisão nas informações registradas pelo cronotacógrafo, o CONTRAN institui a aprovação do Inmetro como etapa para homologar o equipamento. O processo completo, após ser aprovado pelo Inmetro é valido por dois anos, contanto que não seja rompido nenhum selo adesivo e nenhum lacre plástico do equipamento.
Exame Preliminar
Nesse processo são verificados dados cadastrais do equipamento e do veículo, investiga-se também a etiqueta de identificação do tacógrafo, onde contém a marca, modelo, CNPJ do fabricante, número de série do equipamento, velocidade máxima e a portaria de aprovação.
Após a verificação preliminar, realizam-se testes no equipamento e no veículo, com padrões calibrados por órgãos competentes, evidenciando a correta marcação do cronotacógrafo. Quando o equipamento apresenta alguma não conformidade com a marcação é realizado manutenção e troca de componentes que estejam danificados.
Selagem
Esse processo consiste na colocação de marcas de selagem, fornecidas pelo Inemtro, impossibilitando a mudança de informações do tacógrafo. Cada equipamento possui em sua portaria de aprovação um plano de selagem, ou seja, o local correto da aposição dos selos.
Também coloca-se um selo plástico (lacre) na caixa de câmbio do veículo, local onde encontra-se um redutor angular ou um sensor de velocidade, o que impossibilita a mudança de informações dos tacógrafos sem que seja violado um dos selos.
Ensaio Metrológico
Após devidamente selado, o veículo precisa realizar o ensaio metrológico, que consiste em simular uma rodagem com o veículo posicionado no banco de rolos. No processo do ensaio o veículo permanece parado por dois minutos, em seguida permanece em movimento no banco de rolos por dois quilômetros com velocidade entre 45 km/h e 55 km/h e, após a rodagem concluída, volta a ficar estático por mais dois minutos.
As informações obtidas pelo simulador são enviadas diretamente ao sistema do Inmetro. O equipamento também captura uma foto do veículo em posição de ensaio com o propósito de não haver fraude do processo.
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*Este texto foi produzido com base no Trabalho de Conclusão de Curso “A IMPORTÂNCIA DO TACÓGRAFO NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS” escrito pelo diretor da TCO, Leonardo Bontorin.