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Os desafios da rotina dos caminhoneiros autônomos

A vida nas estradas é sempre um desafio diário. No entanto, existem muitos profissionais que se adequam melhor à uma rotina mais flexível e, por isso, preferem seguir a carreira de forma autônoma. Essa decisão traz mais liberdade e grandes possibilidades de aumentar o rendimento mensal, além de evitar cobranças externas.

Mesmo assim, engana-se quem pensa que é fácil: as responsabilidades são muito maiores. O caminhoneiro autônomo precisa conduzir toda a sua carreira, gerenciando o setor financeiro, correndo atrás de clientes, cuidando da manutenção do veículo e administrando seu tempo.  Pensando nisso, convidamos três profissionais parceiros da TCO para falar um pouco sobre essa rotina e seus desafios, são eles: Alcides Carlos Saldanha, 52 anos e 31 de profissão; Emilio Lemos Fernandes, 36 anos, 14 de profissão; e Dione Magui Galdino, 40 anos, 20 de profissão. Confira

Maiores dificuldades

A maior dificuldade é a infraestrutura dos postos onde você não pode pernoitar sem que seja cliente, pagar banho a R$ 10 em chuveiros frios, além da falta de área de descanso. Falta de uma sala com banheiros para as esposas ficarem enquanto aguardam o esposo sair de dentro das empresas. (Alcides)

Alcides

O maior desafio é ficar longe de casa me privando de participar da vida dos meus filhos. Além de todos os dias pensar o que vou fazer com as despesas altas. (Emilio)

Emilio

A vida do caminhoneiro autônomo é como se fosse uma empresa como qualquer outra, e uma empresa não pode fechar no vermelho, tem que de alguma forma dar um lucro – seja pouco ou não – se não, a empresa fecha. O grande desafio é escolher a melhor forma de trabalhar e conduzir seu caminhão, evitando os gastos desnecessário. Tem que traçar uma estratégia correta para lucrar. Mas tem uma grande diferença, a empresa se você montou uma estrutura boa é só administrar. O caminhão não, você tem que administrar, mas, de tempos em tempos você tem que investir bastante de novo para comprar outro veículo. (Dione)

Diones

Viagens e lazer

Fazer gestão entre viagem e lazer fica difícil, o trabalho sempre vem em primeiro pois entre os autônomos poucos tiram férias. (Alcides)

A maioria das minhas viagens são nordeste, pra ter o faturamento um pouco melhor. Quando chego em casa prezo minha família pois sei que posso ficar poucos dias em casa e muitos fora. (Emilio)

Consigo administrar meu tempo de forma mais tranquila. Procuro adiantar viagens e fazer esforços para datas especiais. Para isso, tem que estar sempre de olho no calendário. Pra mim, o caminhoneiro autônomo tem que na segunda-feira já estar com a semana inteira programada. (Dione)

Gestão de gastos

Hoje fazer gestão de custo para o autônomo está mais difícil pois temos que arcar com 60% do frete em óleo diesel, além do pedágio e da despesa do motorista. O ganho hoje do autônomo numa viagem é de 15% do frete total. Hoje nosso mercado de trabalho fica complicado pois temos que dividir nossas cargas com os agenciado de cargas mesmo usando um aplicativo como fretebras ainda tem este tipo de coisa. (Alcides)

Tenho feito viagens mais longas, pra tentar aumentar os lucros. Mas sinceramente está difícil ter lucro, o frete tem acabado em diesel, pedágio e manutenções. (Emílio)

Cada um tem sua opinião, a minha calculadora é diferente da do colega, cada um sabe onde seu calo aperta. O primeiro passo é tentar economizar o possível. Hoje os vilões do caminhão são o diesel, os pneus e o pedágio. O pedágio não tem o que fazer, o diesel e os pneus você consegue equilibrar cuidando com o estilo de direção. A manutenção também é complicada, além de ser cara custa muito tempo. Vai de cada um traçar uma estratégia. (Dione)

Cenário no Brasil

Teríamos que mudar muita coisa para ver alguma melhoria, começando por aplicação da tabela mínima do frete, tabelamento do óleo diesel e uma baixa significativa nós pedágio principalmente no estado do Paraná e São Paulo. Mas, mesmo assim, ainda vale a pena. (Alcides)

O mercado está defasado, pouco repasse de frete para autônomos e muitas transportadoras enchendo de caminhão nas costas do autônomo. Hoje, se eu pudesse escolher, não trabalharia com transporte. (Emilio)

Na minha opinião, eu sempre fui positivo. Está difícil? Está. Assim como em todos os setores. Então, como já disse, tem que traçar uma estratégia e uma atitude própria. Eu sei onde está meu limite, eu amo caminhão, trabalho com amor, mas sei até onde vai. Se chegar em um ponto que eu achar que não dá, eu paro. Por enquanto, faço de tudo pra dar resultado, até hoje está dando certo. (Dione)

A paixão de Diones ficou registrada na pele

Author: TCO Digital