Na última semana, pela primeira vez em dezoito anos o diesel superou o valor da gasolina em postos por todo o Brasil. A informação foi dada segundo um levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgado na última sexta-feira (24). A disparada reflete a alta dos preços internacionais dos combustíveis, que fez a Petrobras reajustar o diesel em 14,2% e a gasolina em 5,2%, no último dia 18.
Nas bombas de todo o país, o preço médio do diesel atingiu R$ 7,568/litro; enquanto o da gasolina ficou em R$ 7,390/litro. O valor mais alto do combustível foi encontrado no Acre, a R$ 8,850/litro e o mais baixo a R$6,290/litro, no Rio de Janeiro. Mas, afinal, qual é o verdadeiro motivo dos preços tão altos?
Entre os principais fatores que afetam o valor do combustível está a guerra na Ucrânia. As sanções impostas à Rússia por conta da invasão na Ucrânia levaram a Europa a substituir o gás russo por diesel. Neste cenário, o combustível torna-se muito mais disputado no mercado global, com previsões de preços ainda maiores para o segundo semestre do ano.
Outro ponto a ser destacado é a insuficiência produtiva da Petrobras para abastecer o mercado nacional e internacional, que também contribui para o encarecimento dos combustíveis. Atualmente a Petrobras consegue suprir apenas 80% da demanda, os outros 20% precisam importados, o que resulta em quase 14 bilhões de litros trazidos do exterior por mês.
Com o disparo no valor do diesel frente a gasolina, a principal consequência está na inflação dos produtos que mais precisam do combustível. Neste caso, além do transporte, toda a cadeia produtiva acaba sendo afetada.